Olhava
para o vale que se estendia no horizonte
via
o espelho que se estendia mesmo a minha frente,
uma
enorme mancha de água de um azul profundo
ladeado
de verde, castanho e cinza dos carvalhos
que
se erguiam frondosos pelas encostas pedregosas,
uma
paisagem bucólica que trazia paz ao espírito
e
me deixava pensar no largo mar que tinha de transpor.
O
sol começava a descair para o seu poente,
mudava
os seus tons alaranjados,
adquiria
os seus tons vermelhos com que se despedia,
deixava
o seu lugar à noite e a uma lua prateada
que
se adivinhava por detrás daquele monte,
despedia-me
daquele paraíso que amava
para
me lançar num mundo desconhecido.
Se
me custava deixar aquele olimpo
tentava
decifrar como seriam os meus dias sem ti,
as
noites sem o teu afago e o beijo carinhoso
e
duas lágrimas rolaram-me pela face,
bebi-as
para guardá-las,
sabia
que elas me fariam falta
nos
longos dias onde os pensamentos estariam contigo,
onde
te beijava sem te ver,
te
amava no silêncio do mundo,
e
essas mesmas lágrimas estariam de volta ao vítreo branco,
voltaria
a bebê-las porque essas lágrimas são tuas.